Vemos na atualidade a discordância entre evolução, progresso e valores. A realidade nos mostra que vivemos num gigantesco paradoxo histórico no qual a humanidade as cerca cada vez mais de valores inconstantes e exorbitantes, com propósitos infecundos.
Temos edifícios muito altos, mas pavios muito curtos; auto-estradas mais largas e pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais e temos menos; compramos mais e desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores. Mais conforto, porém menos tempo; mais estudo, mais conhecimento e menos sabedoria, discernimento. Mais medicina, menos saúde.
Temos tempo para as novelas e programas fúteis, mas raramente paramos para lermos um livro ou orarmos.
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossas virtudes.
Amamos raramente e odiamos frequentemente.
Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida a extensão de nossos anos.
Já fomos à lua, mas temos dificuldade em ir a hospitais, presídios, asilos e igrejas.
Conquistamos o espaço exterior, mas nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas nem por isso melhore.
Nos preocupamos em limparmos o ar, mas continuamos poluindo nossas almas. Jogando fora objetos inúteis, mas não nossos preconceitos.
Construímos computadores para agilizar a vida, mas vivemos estressados e com menos tempo.
Temos carros velozes, mas o congestionamento os torna mais lentos do que as mais antigas carroças.
Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e moral baixo.
Temos mais lazer menos diversão; maior variedade em comida, menor nutrição. De residências mais belas, mas lares quebrados.
As fraldas de hoje são descartáveis, e o sexo de hoje também.
Estes são tempos em que se almeja a paz mundial, mas perdura a guerra nos lares.
Porém, acima de tudo, é um tempo em que nunca as oportunidades foram tão grandes e tão variadas. Só depende de nós fazermos à escolha certa. Ou lutarmos como guerreiros armados de caráter e respeito em busca das nossas conquistas honrosas, ou simplesmente caminhamos pela estrada errante onde a única coisa que encontraremos, será a medíocre derrota de nós mesmos.
Referência: ALCÂNTARA, Josias; MOZZATO, Gian Carlo. A Magia da Expressão Verbal. Curitiba: Juruá, 2003. 96 p.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
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